domingo, 27 de fevereiro de 2011

Realismo

  O Realismo foi um movimento artístico e literário surgido nas últimas décadas do século XIX na Europa.
  Apresenta-se como uma doutrina filosófica e uma corrente estética e literária que procura a conformação com a realidade. 
  As suas características estão relacionadas com o momento histórico, reflectindo as novas descobertas científicas, as evoluções tecnológicas e as ideias sociais, políticas e económicas da época.Uma forte característica é o seu forte poder de crítica, adotando uma objetividade que faltou ao romantismo. Grandes escritores realistas descrevem o que está errado de forma natural. Dessa forma os realistas procuram apontar falhas talvez como modo de estimular a mudança das instituições e dos comportamentos humanos. Em lugar de heróis, surgem pessoas comuns, cheias de problemas e limitações.
  O Realismo procura ver a realidade de forma objectiva e surge como reacção ao idealismo e ao subjectivismo emocional românticos. Como movimento da arte e da literatura, procura representar o mundo exterior de uma forma fidedigna, sem interferência de reflexões intelectuais nem preconceitos, e voltada para a análise das condições políticas, económicas e sociais.
  Na Europa, o realismo teve início com a publicação do romance realista Madame Bovary (1857) de Gustave Flaubert. Alguns expoentes do realismo europeu: Gustave Flaubert, Honoré de Balzac, Eça de Queirós, Charles Dickens.


Eça de Queirós, na 4.ª Conferência do Casino Lisbonense afirma:
"O Realismo é uma reacção contra o Romantismo: O Romantismo era a apoteose do sentimento; - o Realismo é a anatomia do carácter. É a crítica do homem. É a arte que nos pinta a nossos próprios olhos - para nos conhecermos, para que saibamos se somos verdadeiros ou falsos, para condenar o que houver de mau na nossa sociedade".


"Questão Coimbrã"

  Em Coimbra, este Grupo gerou uma polémica em torno do confronto literário com os ultra românticos do "Bom senso e do Bom gosto" ou mais conhecido por a Questão coimbrã. Mais tarde, já em Lisboa, os agora licenciados reuniam-se no Casino Lisbonense, para discutir os temas de cada reunião, que acabara por ser proibida pelo governo.

  Os escritores dividiram-se em dois grupos, uns apoiando o velho Feli­ciano de Castilho, outros, o jovem poeta Antero de Quental. A favor de Castilho haviam os escritores Pinheiro Chagas e Camilo, enquanto que, Teófilo Braga, Eça de Queirós e outros apoiaram Antero. A Questão Coimbrã terminou com um duelo entre Antero e Ramalho Ortigão, o qual, embora concordasse com as ideias de Antero, o atacou por ter sido descortês para com o velho Castilho.

  A Questão Coimbrã não teria grande importância se ela não simbolizasse a luta entre dois grupos de escritores: os românticos e os realistas.


"A Geração de 70"

  Deu-se este nome a um conjunto de jovens escritores, intelectuais, que se afirmaram entre 1861 e 1871, impondo em Portugal um novo conjunto de ideias e novos modelos literários vindo da Europa, que veio revolucionar várias dimensões da cultura portuguesa, da política à literatura, onde a renovação se manifestou com a introdução do realismo.

  Na cidade universitária de Coimbra juntavam-se os jovens intelectuais para trocar ideia, livros e formas de renovação de vida politica e cultural portuguesa. Como "fundadores" desta geração surge o nome de Antero de Quental, Eça de Queirós, Oliveira Martins, Teófilo Braga, Ramalho Ortigão, Batalha Reis, entre outros. Foi o início da Geração de 70.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

António Feio

Cartoons

 Um cartoon, cartune ou cartum é um desenho humorístico acompanhado ou não de legenda, de carácter extremamente crítico retratando de uma forma bastante sintetizada algo que envolve o dia-a-dia de uma sociedade.

  O significado original da palavra cartoon é mesmo "estudo", ou "esboço", e é muito utilizada nas artes plásticas.
 Este tipo de desenho é ainda considerado uma forma de comédia e mantém o seu espaço na imprensa escrita actual.
 

Caricatura - "A mãe do expressionismo"


  Caricatura é um desenho de um personagem da vida real, tal como políticos e artistas. Porém, a caricatura enfatiza e exagera as características da pessoa de uma forma humorística, assim como em algumas circunstâncias acentua gestos, vícios e hábitos particulares em cada indivíduo.

  A distorção e o uso de poucos traços são comuns na caricatura. É comum sua utilização nas sátiras políticas; às vezes, esse termo pode ainda ser usado como sinónimo de grotesco. Para além do excesso de deformação e da aliança com a ironia, a caricatura usa também o simulacro, que se revela através da máscara.
Mickael Jackson
Morgan Freeman








Rafael Bordalo Pinheiro


Rafael Bordalo Pinheiro aos 25 anos. 
  Rafael Augusto Prostes Bordalo Pinheiro nasceu a 21 de Março de 1846 em Lisboa, e faleceu a 23 de Janeiro de 1905.

 Foi um artista português, precursor do cartaz artístico em Portugal, desenhador, aguarelista, ilustrador, caricaturista político e social, jornalista e professor. Foi o grande impulsionador da caricatura portuguesa, dando-lhe um estilo próprio que a levou a uma visibilidade impensável. 






É o autor da representação popular do Zé Povinho,
que se veio a tornar num símbolo do povo português.

Almanach de Caricaturas para 1875, 2º Ano, Lisboa, Livraria Editora, 1875. Ilustração de Rafael Bordalo Pinheiro.