O Padre António Vieira nasceu em Lisboa numa casa humilde, a 6 de Fevereiro de 1608, filho de Cristóvão Vieira e de Maria Azevedo, vindo a falecer a 18 de Julho de 1697, na Bahia. Foi escritor, orador religioso, missinário e diplomata; parta além disso foi também uma personagem bastante importante na política no século XVII. Com os seis anos de idade feitos foi com a familia viver para o Brasil. Foi um brilhante aluno quando frequentou o Colégio dos Jesuítas em Salvador; em 1623 entrou na Companhia de Jeus e passados 3 foi ordenado sacerdote.
Lutou contra a Inquisição, criticando severamente os sacerdotes da sua época e a própria inquiição. Foi defensor dos direitos humanos dos povos nativos, contra a exploração e a escravidão. Destacou-se também por defender os judeus, a abolição da diferença entre cristãos-novos e a abolição da escravatura. A 1633, o Padre António Vieira pregou pela primeira vez e facilmente ficou conhecido pelos seus primeiros sermões, tendo fama de notável pregador, através dos quais ele exortava as várias etnias a juntarem armas contra os invasores holandeses do Brasil. Falava diversas línguas, assim como dialectos Indianos, Amazónicos, e aprendei também a língua dos escravos negos (kimbundu). O Padre António Vieira pregou a fé junto dos índios e dos escravos negros até 1641.
Quando veio à Portugal, em 1641, com a missão de congratular o rei D. João IV pela sua subida ao poder , recebeu o título de pregador régio. A 1646 foi enviado como diplomata aos Países Baixos e no ano seguinte à França. Na sua permanência em Portugal conseguiu alcançar um dos seus objectivos, como a criação de uma lei protectora a favor dos Jesuítas, o que lhes permitia governar e ensinar os índios. Como a sua presença em Portugal não era desejada, o Padre António Vieira voltou ao Brasil, a 1654, como missionário no Maranhão e no Grão-Pará, sempre defendendo a liberdade dos índios.No entanto no ano de 1661, com a morte de D. João IV, o Padre António Vieira vê-se obrigado a voltar para Portugal. Com a ascensão ao torno de D. Afonso VI, o Padre António Vieira não tinha apoio na sua luta contra a Inquisição, vindo a entrar novamente em conflito com a mesma. Foi preso pela Inquisição durante dois anos entre 1665 e 1667. Foi expulso de Lisboa, desterrado e encarcerado no Porto e depois encarcerado em Coimbra. Entretanto todos os direitos e privilégios conquistados dos jesuítas eram perdidos. A 1667 foi condenado a internamento e proibido de pregar, mas no mesmo ano a sua pena foi anulada.
Foi viver para Roma, a 1669, durante seis anos, onde acordou com o Papa que estaria apenas dependente do Tribunal romano. Conseguiu também outro feito histórico que foi travar a actividade da Inquisição em Portugal, durante seis anos. A 1675 regressa a Lisboa a pedido de D. Pedro, mas afastou-se dos negócios públicos. Decide voltar para o Brasil, em 1681, onde continuou a redigir e a reunir o que tinha escrito até ser capaz. O Padre António Vieira deixou obras complexas que exprimem as suas opiniões políticas, sendo não propriamente um escritor, mas sim um orador. Acabou por falecer a 18 de Julho de 1697 com 89 anos, deixando uma edição completa em 16 volumes os seus Sermões. As suas obras foram publicadas pela Europa e até receberam elogios da Inquisição. Além dos Sermões redigiu o Clavis Prophetarum, livro de profecias que nunca concluiu. Uns dos Sermões mais célebres são: o "Sermão da Quinta Dominga da Quaresma", o "Sermão da Sexagésima", o "Sermão pelo Bom Sucesso das Armas de Portugal contra as de Holanda", o "Sermão do Bom Ladrão","Sermão de Santo António aos Peixes" entre outros.
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