Almeida Garrett- vida e obra


 João Baptista da Silva Leitão (mais tarde conhecido por Almeida Garrett, por opção), nasceu no Porto, a 4 De Fevereiro, e faleceu em Lisboa, a 9 de Dezembro de 1854.
  Em 1816, matriculou-se na Universidade De Direito de Coimbra e dedicou-se à actividade filosófica e à aos movimentos políticos. Participou no movimento conspirativo que conduziu à revolução de 1820. Conclui o curso em 1821, ano em que publica “O Retrato de Vénus”, um poema que o levou a tribunal.
  Casou-se com Luísa Midosi, de quem viria a separar-se em 1836. Almeida Garret  era liberalista e tinha o apoio no trono de D. Pedro. Com o abandono do país por  D. Pedro, D. Miguel ocupa o seu lugar, como conservador, assim sendo Almeida Garret viu-se obrigado a exilar-se como liberal e viveu em Inglaterra e em França até 1826, acontecimento que se viria repetir entre 1828-31.
  No seu regresso a Portugal, em 1832, dirigiu os jornais O Português O Cronista. Garret foi chamado a participar nas reformas legislativas do novo regime, mas é afastado da política a 1833, como nomeado de encarregado de Negócios e cônsul-geral na Bélgica. Em 1836, volta à política, no contexto da “Revolução de Setembro”, e ajuda a redigir a Constituição de 1838. Foi o fundador de O Entreacto – Jornal de Teatros e leva à cena, com grande êxito, a peça Um Auto de Gil Vicente.
  Foi nomeado deputado em 1837, cronista-mor em 1838, afasta-se da vida política em 1847. D. Pedro intitulou-o a 25 de Junho de 1851, meses antes da sua morte, com o título de visconde de Almeida Garrett.


Almeida Garrett destacou-se em com várias obras, tais como:

No Teatro:
-Um Auto de Gil Vicente (1838)
-O Alfageme de Santarém (1842)

Prosa literária portuguesa:
-Viagens na Minha Terra (1843-1846)
-Retrato de Vénus (1821)

Cancioneiro tradicional português:
-Bernal Francês e a Andorinha (1828)
-Romanceiro (1843; 1851)

Romantismo Português:
-Camões (1825)
-Dona Branca (1826)
-Lírica de João Mínimo (1829)

Textos Dramáticos:
-Frei Luís de Sousa (1844)
-Falar Verdade a Mentir (1845)

Poesia lírica:
-Flores sem fruto, de 1844
-Folhas Caídas, de 1853 

 Jornal:
-O Português e O Cronista (anos 20)
-O Português Constitucional (1836)
-O Entreacto (1829)





Resumo de Frei Luís de Sousa, Almeida Garrett

  D. João de Portugal, um nobre muito respeitado na sociedade, desapareceu, na batalha de Alcácer Quibir, em 1578. Por sinal a mesma na qual o rei D. Sebastião perdeu a vida, não deixando herdeiros ao trono, e deixando o país no domínio espanhol durante sessenta anos (1580-1640).

  Entretanto, a mulher de D. João de Portugal, D. Madalena, esperou sete anos pelo regresso do marido, torna a casar com Manuel de Sousa Coutinho, um português fiel aos valores patrióticos e desconfortável com o domínio espanhol que se vivia.
 
  Realmente, tudo apontava para uma alta improbabilidade da hipótese de D. João de Portugal ainda estar vivo e a sociedade não se opunha ao casamento entre Manuel e Madalena. O casal teve uma filha, D. Maria de Noronha, uma jovem muito especial, culta, perspicaz, intuitiva, no entanto, era simultaneamente uma criança fisicamente débil que acaba por morrer de tuberculose. Ora, caso D. João de Portugal, ainda estivesse vivo, Maria era uma filha ilegítima, o que, para a sociedade da época, era um pecado muito grave.

  Temendo a catástrofe, D. Madalena tem constantemente premonições trágicas, alimentadas por Telmo Paes, o fiel escudeiro de D. João. As quais vão ser concretizadas com a chegada de um Romeiro, que diz vir da Terra Santa e querer falar com Madalena. Assim que a verdadeira identidade do Romeiro (D.João de Portugal) é revelada por Telmo, Manuel de Sousa Coutinho resolve tomar o hábito religioso, juntamente com Madalena.

  Maria, a filha, revolta-se contra uma sociedade retrógrada, expondo os seus sentimentos e pensamentos em relação ao que está a acontecer à sua volta pela última vez, pois acaba por morrer aos braços dos pais. 
Maria: «Vós quem sois, espectros fatais?... Quereis-mos tirar dos meus braços?... Esta é a minha mãe, este é o meu pai... Que me importa a mim com o outro, que morresse ou não, que esteja com os mortos ou com os vivos...»

Trabalho de pesquisa
Manuel de Sousa Coutinho
(personagem principal e plana)

Caracterização da personagem:

  - Nobre;
  - Herói Clássico (racional);
  - Bom marido e pai terno;
  - Corajoso, audaz, culto, decidido e dedicado;
  - Personagem clássica;
  - Figura de aristocracia (figura superior, da nobreza);
  - Carácter clássico em quase toda a peça;
  - Defende a honra, a pátria e a família;
  - É o segundo marido de Madalena;
  - Pai de Maria;
  - Irmão de Frei Jorge Coutinho.

Frei Jorge Coutinho
(personagem secundária e plana)

Caracterização da personagem:
  - Pertence ao Clero;
  - Crente;
  - Bom ouvinte – amigo da família, confidente nas horas de angústia;
  - Compreensivo – presencia fraquezas de Manuel de Sousa Coutinho;
  - Irmão de Manuel de Sousa;
  - Ordem dos Dominicanos.


Características do Romantismo na obra
  - Narcisismo do eu;
  - Preferência pelas horas sombrias;
  - Mulher – Anjo;
  - Nacionalismo / Patriotismo;
  - Personagens imperfeitas;
  - Religiosidade;
  - Mitos / superstição;
  - Infracção / pecado;
  - Individualismo vs. Sociedade;
  - Liberdade vs. Destino