O Sorriso das Estrelas

  Nicholas Sparks viveu a sua juventude em Fair Oaks, na Califórnia e vive actualmente na Carolina do Norte com a família. Foi premiado com uma bolsa de estudos da Universidade de Notre Dame pelos seus excelentes resultados e, em 1988 licencia-se em Economia.  
  Curiosamente, o seu sonho era tornar-se atleta de alta competição, sonho de que teria de abdicar devido a um grave acidente. Iniciou-se a escrever enquanto trabalhava como delegado de informação médica e, mais tarde, surge Theresa Park, agente literária, que se propôs representá-lo, vendendo os direitos do seu primeiro romance, "O Diário da Nossa Paixão", à Warner Books.

  O livro que vos apresento aqui dá pelo nome de "O Sorriso das Estrelas", a história centra toda a acção em Adrienne Willis e Paul Flanner, que na fase em que menos esperam da sua vida acabam por viver um grande amor. Adrienne é uma mulher com os seus 45 anos de idade, divorciada, trabalhadora, com três filhos a seu cargo. Foi abandonada pelo marido, e vive a tentar recuperar a sua autonomia como mulher e mãe. Paul, vive um situação de abandono semelhante, é um homem dedicado ao trabalho e acaba por deixar a sua família de parte. Para recuperar parte da vida que perdeu tenta procurar o perdão do filho e ser o pai que nunca foi.
  Toda a história é-nos dada a conhecer pela própria Adrienne que conta à sua filha Amanda, que acaba de perder o marido.
  A relação que Adrienne apresenta à filha, entre ela e Paul, teve ínicio num simples pedido de uma amiga sua para tomar conta de uma estalagem em Rodanthe. Era um pedido fácil, a estalagem iria receber apenas um hóspede, como tal seria uma semana pacífica e óptima para Adrienne descansar um pouco da sua vida. Como é óbvio o hospede de que se fala é Paul, que tinha como objectivo ir a Rodanthe resolver um problema de consciência, pois uma cirurgia que havia feito correu mal, acabando por falecer nas suas mãos a esposa de um senhor que habitava em Rodanthe.
  A relação que surge entre Adrienne e Paul é desde o principio simples e pura. A cada dia que passava a atracção que ambos sentiam era cada vez mais forte. A amizade foi progredindo e tornou-se quase impossível fugir aos sentimentos que iam crescendo dia após dia, acabando por se envolverem amorosamente.
  Apesar de estar tudo a correr às mil maravilhas estava na altura de Paul resolver a sua vida e de ir tratar da sua relação com o seu filho, Mark. A pedido de Adrienne, Paul dirige-se para o Equador, para se encontrar com Mark e acabam por conseguir acabar com todas as discussões, resolvendo as suas divergências. Paul e Mark conseguem finalmente ter uma relação de pai e filho. Para dar a conhecer a noticia a Adrienne, Paul decide enviar-lhe uma carta a contar tudo e a avisar que ira ficar pelo Equador mais uns tempos para ajudar o filho na clínica, mas logo que possa volta para junto dela. Infelizmente o destino de Paul já estava traçado e morre numa derrocada de terras a salvar o seu filho. 
  Mark tinha conhecimento da existência de Adrienne, como tal decide enviar uma carta a avisar Adrienne o que tinha acontecido.
  É incrível a força que uma mulher pode ter para seguir em frente quando tudo o que acontece não é um incentivo. Este livro não fala só de perdas, fala também de ganhos, nem toda a gente tem oportunidade de ter um amor verdadeiro, mas chorar por não o ter também não é, nem nunca foi, solução para resolver a nossa vida.
  Confesso que não foi dos melhores livros que li até hoje, mas é um livro interessante. Apenas aconselho a leitura do livro a quem lhe agrada romances ou histórias um tanto o quanto lamechas, caso contrário é desperdício de tempo.

Apresento-vos partes de cartas escritas por Paul para Adrienne:

"Quando durmo, sonho contigo e, quando acordo, desejo ter-te nos meus braços. O tempo que vivemos separados mais não fará do que convencer-me ainda mais, se tal foi possível, de que quero passar as noites que me restam ao teu lado e os meus dias contigo no coração (...) Quando estou a escrever-te, sinto o teu hálito, e imagino que sentes o meu quando lês o que escrevo. Também se passa o mesmo contigo? Estas cartas são agora parte de nós, parte da nossa história, uma recordação eterna do que fizemos com a nossa vida. Agradeço-te por me teres ajudado a sobreviver este anos mas, ainda mais importante, agradeço-te, antecipadamente, por todos os anos futuros. Nos dias que passam desejo muitas coisas, mas, acima de tudo, gostaria que estivesses comigo. É estranho, mas já não me recordo da última vez que chorei, antes de te conhecer, Agora, segundo parece, tenho facilidade em fazer correr lágrimas... mas tens uma maneira de demonstrar que os meus desgostos têm a sua utilidade, de explicar as coisas de modo a aliviares as minhas mágoas. És um tesouro, uma dádiva e, quando voltarmos a estar juntos, espero abraçar-te até os meus braços ficarem tão fracos que tenham de te soltar. Pensar em ti é, quantas vezes, a única coisa que me dá vontade de continuar."


A carta que Mark enviou a Adrienne é muito longa, como tal vou tentar colocar partes, mas de forma a que faça sentido ao ser lido. É nesta carta que Mark decide contar o que havia acontecido ao seu pai...

  "Querida Adrienne,
   depois de me sentar, apercebo-me de que nem sei como começar uma carta destas. Afinal, nunca nos encontrámos, embora a conheça através das descrições do meu pai, o que não é bem a mesma coisa. Bom gostaria de poder dizer-lhe tudo pessoalmente mas,devido aos ferimentos que sofri, ainda não estou em condições de sair deste lugar. portanto aqui estou, à procura de palavras e sem saber se aquilo que escrevo terá algum significado para si.
    Peço desculpa não ter telefonado mas, na altura, não lhe seria mais fácil ouvir o que vou agora dizer-lhe por escrito. Eu próprio estou ainda a tentar perceber tudo o que aconteceu e essa é, em parte, uma das razões que me levaram a escrever-lhe.
(...) 
   Julgo que o facto que mais apreciei foi ele nunca ter fingido que éramos o que não éramos. Durante meses não fomos amigos, nem o considerei como meu pai, mas nunca tentou modificar a minha opinião quanto a isso. Não exerceu qualquer pressão e penso que foi esse o principal motivo que me levou a abandonar a atitude continuada de defesa. 
   Julgo que estou a tentar dizer que o meu pai estava mudado e que, pouco a pouco, comecei a verificar haver algo nele que merecia uma segunda oportunidade. E embora saiba que já estava algo modificado antes de a conhecer, penso que a senhora foi a principal causadora de ele se ter tornado o homem que foi. Antes de a conhecer andava em busca de qualquer coisa. E encontrou-a, sem dúvida, quando a conheceu.
(...)
   De qualquer forma, a senhora transformou o meu pai e, graças a si, eu não trocaria a maneira como vivi este último ano por nada deste mundo. Não sei como conseguiu um resultado destes, mas fez do meu pai um homem de quem já sinto falta. Salvou-o e, ao fazê-lo, penso que ele de certa maneira também me salvou a mim.
   Sabe, ele teve de se deslocar à clínica secundária, nas montanhas, por minha causa. O tempo estava terrível naquela noite. Chovia há vários dias e as estradas tinham desaparecido por debaixo de torrentes de lama. Quando comuniquei pela rádio (...) porque o meu jipe não pegava (...) O meu pai veio salvar-me e, quando vi que era ele quem vinha a conduzir, julgo que foi a primeira vez que o encarei como pai. (...)
   Gostaria de lhe poder contar o que depois correu mal, mas não consigo. O meu pai conduzia com cuidado e quase conseguimos fazer o caminho de regresso. (...) Porém, ao dobrarmos uma curva apertada, o jipe começou subitamente a deslizar e logo a seguir percebi que estávamos fora da estrada e aos tombos pela montanha a baixo.
   Para além de um braço e algumas costelas partidas, não fiquei ferido com gravidade, mas apercebi-me de imediato que o mesmo não sucedera com o meu pai. (...) Julgo que também soube que o fim estava próximo e quis ter-me junto a si.
   Nesse momento, aquele homem que me tinha salvado a vida, pediu-me perdão.
   Ele amava-a, Adrienne. Nunca se esqueça disso, por favor. Apesar do pouco tempo que passou junta a si, adorava-a, e só posso lamentar profundamente a perda que sofreu. Quando se sentir mal, como agora estou a sentir-me, conforme-se não só com a ideia de ele faria pela Adrienne o mesmo que fez por mim, mas também com a certeza de que, graças a si, foi-me concebido o privilégio de conhecer, e de amar, o meu pai.
  No fundo, acho que apenas estou a tentar dizer-lhe obrigado.


                                                                                                                                            Mark Flanner"
Aqui vos deixo o trailler do video realizado com base no livro